segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

Por que fracassou a Conferência de Copenhague?


O objetivo principal da conferência era fechar um acordo para suceder o Protocolo de Kyoto, assinado em 1997 e que regula as emissões de gases do efeito estufa para 37 países industrializados até 2012 e pelo menos, esboçar um acordo global para definir o que será feito para reduzir as emissões de gases de efeito estufa após 2012, quando termina o primeiro período de compromisso do Protocolo de Kyoto.
A reunião sobre mudança climática das Nações Unidas, concluída no sábado, resultou em uma "carta de intenções". Segundo Yvo de Bôer, Secretário-executivo da Convenção do clima da ONU. Ele admitiu que agora é preciso trabalhar para transformá-la em "algo real, mensurável e verificável.


O documento assinado pelos países concordantes prevê a criação de um fundo emergencial de US$ 30 bilhões pelos próximos três anos, para ajudar países pobres a combater causas e efeitos das mudanças do clima; além de angariar fundos para financiamentos de longo prazo de até US$ 100 bilhões até 2020.


O acordo não foi reconhecido por representantes de diversas nações, como Sudão, Bolívia, Venezuela, Nicarágua e outras. Isso levou ativistas ambientais a classificarem o encontro de Copenhague de fracasso.
Tadzio Müller, da ONG Climate Justice traduziu da seguinte forma o encontro: “O fracasso obviamente foi a COP 15, que não só deixou de apresentar as reduções drásticas e justas necessárias, como não apresentou absolutamente nada".


Nicolas Sarkozy: É preciso mudar de rumo... ou vamos direto para a catástrofe", quando solicitou, aos EUA e à China, que fizessem concessões necessárias a um acordo.

“Estou rindo para não chorar”, disse o Presidente Lula após reunião com os líderes em Copenhague. Ele disse estar decepcionado com o resultado e que vai contribuir financeiramente com os países na luta contra a emissão dos gases do efeito estufa.

Carlos Minc: o Brasil fez o seu "dever de casa", e continuará a cobrança de uma postura "mais forte" dos países desenvolvidos para combater as mudanças climáticas. "O Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) recomenda uma redução das emissões de carbono de 25% a 40% até 2020. Ainda estamos em 2009, então, vamos mobilizar a população e a opinião pública, assim como foi feito para que Estados Unidos e China apresentassem suas metas", declarou. Considerou o resultado das negociações insuficiente para "salvar o planeta”, O valor de US$ 10 bilhões por ano, que será colocado no fundo até 2012, é menor que o valor que será gasto pelo Brasil para atingir sua meta voluntária de redução das emissões".



O que ficou estabelecido na Conferência de Copenhague:


- compromissos de redução de emissões de gases de efeito estufa para o período pós-Quioto, na COP-15.

- transferência de tecnologia dos países industrializados para que os países em desenvolvimento possam realizar ações de mitigação e adaptação às mudanças climáticas.

- Indefinição quanto ao financiamento das ações. O Banco Mundial estima cerca de US$ 400 bilhões por ano para que os países em desenvolvimento enfrentem as mudanças do clima.

- Redução de Emissões por Desmatamento e Degradação, o REDD.

- Preservação das florestas para evitar emissões de gases de efeito estufa:

- Os países que mantêm a floresta em pé serão recompensados: por meio de um fundo com contribuições internacionais voluntárias.

- Geração de créditos de carbono negociáveis no mercado ou um mecanismo híbrido entre fundos e mercado.

- Alguns países não aceitaram o acordo. Seus próprios representantes o rejeitaram. Ex: Sudão, Bolívia, Venezuela, Nicarágua e outros.




Conclusão:


O “Acordo de Copenhague” é uma espécie de “carta de intenções”, sem nenhuma obrigação e, sobretudo, sem o esperado envolvimento dos Estados Unidos no processo.



Referências:

http://www.portaleducacao.com.br
http://noticias.terra.com.br
http://www1.ethos.org.br
http://www1.folha.uol.com.br
www.google.com.br